A crise econômica dos Estados Unidos resultou em um novo problema
para os norte-americanos: vem crescendo o número de pessoas que procuram
a ajuda dos centros de prevenção a suicídios. O incremento ao longo do
ano é de cerca de 30%.
Em Los Angeles, na Califórnia, um dos Estados mais
castigados pela crise econômica, o número de chamadas aos centros de
prevenção a suicídios aumentou 80% em dezembro de 2008 na comparação com
o mesmo mês de 2007. Foram 2.748 chamadas, contra 1.553. A curva no
gráfico acompanha a escalada do índice de desemprego.
“Há uma sensação geral de desesperança, comparável ao que vimos
depois dos atentados de 11 de Setembro”, diz Kita Curry, presidente do
Centro Comunitário de Saúde Mental do Condado de Los Angeles. “Muitas
das pessoas que ligam falam de um mundo que parece desolador.”
Enquanto os norte-americanos não se preocupavam muito com o extrato
bancário, os centros eram demandados principalmente por portadores de
distúrbios mentais. E os atendentes também ouviam problemas do tipo “eu
amo meu namorado, mas ele não me quer”.
Ao longo deste ano, no entanto, à medida em que as empresas
mandavam as pessoas para casa e os bancos tomavam as casas para cobrir
empréstimos, o telefone começou a tocar com mais frequência, e as
conversas se tornaram mais tristes.
De acordo com Kita Curry, as pessoas são afetadas não apenas por
aquilo que acontece em suas próprias vidas, mas também com as pessoas do
seu entorno, que funcionam como uma rede de apoio emocional.
“Se estas pessoas também estão experimentando perdas, elas
podem não estar disponíveis para dar apoio. Uma pessoa que hoje liga
para os centros pode ter sido confortada por um amigo
anteriormente. Mas agora este mesmo amigo também pode estar sofrendo os
efeitos da recessão, de maneira que a pessoa em crise já não pode
contar com ele”, explica.
O Serviço Nacional de Prevenção ao Suicídio, que administra 135
centros espalhados pelo país, começou o ano registrando 39 mil ligações
ao mês. E chegou ao final de 2008 com cerca de 50 mil. D
esde que foi lançado,
em janeiro de 2005, o serviço já recebeu mais de 1 milhão de chamadas.
“Estresses pela perda da casa ou do emprego podem colaborar para elevar o
nível de risco de uma pessoa”, afirma Richard McKeon, secretário de
Saúde Pública da Agência de Saúde Mental dos Estados Unidos.
De acordo com os especialistas, os suicídios raramente acontecem por
apenas um motivo. Em geral, múltiplos problemas e fatores de risco, tais
como depressão ou abuso de substâncias tóxicas, se combinam para
aumentar o risco. Segundo Mckeon, “problemas econômicos que levam a
sentimentos de desesperança ou desespero podem aumentar claramente o
risco de suicídio”.
Entre os sinais de comportamento suicida, os psicólogos citam a perda
de humor, desesperança, desespero, ansiedade, tensão, aumento do
consumo de álcool e outras drogas.
A pessoa também passa a sofrer acessos de impulsividade, correndo
riscos desnecessários. Isto não significa que as pessoas que apresentam
um ou mais destes sintomas são suicidas, mas eles podem indicar uma
tendência e elas devem ser incentivadas a buscar apoio.
No Brasil,
várias instituições prestam o serviço, entre eles, o Centro de
Valorização da Vida (telefone 141), que tem 48 postos pelo país e atende
24 horas por dia.
Do: http://www.vocesabia.net
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