Um
cabo da Polícia Militar atirou e matou um gari evangélico de 39 anos,
em Avaré (a 262 km de São Paulo), ao confundir a Bíblia que o homem
carregava sob sua camisa com uma arma de fogo. A tragédia aconteceu por
volta das 20h de anteontem no bairro Bonsucesso, quando o gari da
Prefeitura de Avaré Antonio Marcos dos Santos ia para um culto
religioso.
Policiais militares faziam patrulhamento na rua Félix Fagundes quando
suspeitaram do gari e pediram para ele levantar as mãos. Segundo o cabo
João Samir de Oliveira, 36, que estava acompanhado do sargento Carlos
Piagentino da Silva, 35, o gari não teria atendido a ordem de levantar
as mãos dada sucessivas vezes e, num dado momento, tentou retirar um
objeto que levava sob a camisa, que parecia ser uma arma de fogo. Foi
neste momento que o cabo disse ter sacado a pistola e efetuado um
disparo.
O gari foi atingido no pescoço. O major Maurício José Raimundo,
subcomandante do 53º Batalhão do Interior, onde o cabo Oliveira
trabalha, disse que o policial e não tinha histórico de atos violentos. A
reportagem não localizou seu advogado. O policial disse que efetuou o
disparo porque pensou que o canto da capa dura da Bíblia (que é de cor
escura) fosse o cabo de uma arma de fogo. Os policiais chegaram a levar
Santos para um pronto-socorro, mas o gari não resistiu aos ferimentos e
morreu.
O cabo Oliveira foi preso em flagrante sob suspeita de homicídio e
transferido ontem mesmo para o Presídio Militar Romão Gomes, no bairro
da Água Fria (zona norte de São Paulo). Ainda de acordo com o major, o
subordinado tem 11 anos e sete meses de serviços prestados à polícia.
Segundo o major, o cabo é um PM respeitado pelos colegas e não havia
nada que levasse o comando a suspeitar da versão apresentada por ele
sobre o caso. O major disse ainda que familiares de Santos afirmavam que
a vida do gari praticamente se limitava a trabalhar e ir à igreja.´
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